Passamos
Tu lembras desta toalha?
Que um dia joguei aos teus pés
Recolho-a sem nenhuma mágoa,
Nem pelo que foste nem pelo que és
A pego de volta como uma anágua,
Sem pregas, sem botões e sem viés,
Sem libido, sem o fio da navalha,
Sem o vinho que enchia meus tonéis.
Mas esta peça é de um tecido tão puro,
Que apesar de no ringue ser esquecida,
E está velha, pisada, cheia de furos.
Ainda guarda o cheiro do teu suor.
Companheiro eterno de uma vida,
De uma vida de um companheiro só.