O currículo

Perdoe o homem o Deus ou ele mesmo,

O seu irmão ou a toda a humanidade.

O amor, a perfídia ou quem sabe, a esmo.

O que é passageiro, ou a eternidade.

Mesmo se o perdão é vesgo,

Estrábico, zarolho ou irrealidade,

Oblíquo, torcido, sesgo,

Carente, de amor e sinceridade.

Pois quando ele os olhos fechar.

Já não mais poderá perdoar,

Nada, nem mesmo seu coração,

E será só uma lembrança esquecida.

No arraial e no nascer de outra vida.

Que não levou no currículo um perdão.