O Súdito no súbito do calvário

O súdito no súbito do calvário,

as mãos postas em apostas,

assim se vive mais um dia.

Esperando o tempo salivar sua garganta profunda.

E na cacunda o fardo árduo, postos em sacos de existências

como pacotes de arroz nas prateleiras volumosas do mercado,

o preço marcado do futuro em juros.

O súdito no súbito do calvário,

entre linhas tenta encontrar sua “cor”, impressa na impressora

que de folha em folha resume o capitulo da dor.

Entre pregos e espinhos pontudos,

egos e caminhos obtusos

O óleo que sai do corpo,

O sangue que escorre da engrenagem.

e o súdito no súbito do calvário,

e na cacunda o fardo árduo,

carregando pacotes de arroz para repartir

aos esfomeados.