p mendigo e o cidadão

o sol se levanta , sobre uma cidade imersa

sobre o teto esqualido , abandonado

sobre as lajes , sobre os lares

dos ricos

sobre o tumulo dos mortos

uma nuvem si dissipa , lenta, levada pelo vento,

pela brisa, nas horas mornas e mortas de todo um dia

e enquanto isso, ele dorme , deitado, enrolado

em jornais,

ontem foi tropego, antes? ninguem sabe , saberá

ou quisera saber, no meio de um telefonema , por detras

da janela fechada de vidro de um carro, parado no semaforo

do canto da bom jardim , com a independencia

o mendigo e o cidadão , desconhecidos e vivos

cada um a seu modo

um objeto o outro dejeto

de uma sociedade capitalista , e consumista

ele dorme, anestesiado,o outro tambem dormiu

seu rosto é palido, todo ele muito magro,

parece torto, ali, no chão a pouco muito gelado,

de uma madrugada fria,imagem do descaso

da sociedade.

que vigorosa, depois de uma noite maravilhosa

ri, e joga fora o resto do lanche, que comeu apressado

porque é preciso trabalhar,lucrar, gastar, e depois morrer.

de onde eles estão se vê o horizonte para o cidadão

e o azul do céu para o mendigo

semi nu , letargico e atormentado por visões

destinos diferentes, marcados e marcantes

rotas opostas , para dois seres humanos

brutalizados porem os dois

o cidadão e o mendigo

pela indeferença e pela violencia

da solidão em nossas cidades.

paraense
Enviado por paraense em 05/09/2009
Código do texto: T1794485
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