Espaços vazios
Acreditando em sombras
Percorri caminhos no deserto
Na imensidão da mente
Sonhei com um deleite ilusório
Mas o fogo foi brando
E o líquido fez-se maior
E esvaiu-se
Caiu pelo buraco feito simpatia
Na correnteza entre os meus dedos...
E eu fugi
Desisti
E a ansiedade transformou-se em fumaça
Os dias voltaram a ser cinzas
E os livros minha melhor companhia
E nada mais importa
Joguei suas palavras fora
Limpei a alma
Voltei à sanidade
Reconheço-me em meus defeitos
E não me acho mais perfeita
Melhor assim...
Espero que a noite passe logo
Que o dia chegue cedo
E que a morte me receba...
que me tire o fôlego
que me encha o peito
e que me preencha os espaços vazios!