Cicatrizes ( da série Dores)

O pavor do meu degredo

Não impede ouvir os acordes sublimes

Que arrebata meu ser

Vindos não sei de onde...

Meus olhos vermelhos

Do pranto vertido em vão

Fitam perplexo um crepúsculo

De beleza sem par...

A dor e seu exército cruel

Deu-me tréguas...

Arrancou-me a venda e a mordaça

Relaxou suas algemas

Saciada de suas perversas torturas...

Já não temo a noite que se aproxima

A lua de claridade amiga guiará meus passos

Banhando-me de luz, prevenindo perigos...

Creio na manhã embriagada de vida

Sei que com ela virá o bálsamo

À curar todas as cicatrizes.

Cosme Belizário
Enviado por Cosme Belizário em 21/06/2006
Reeditado em 24/06/2006
Código do texto: T179613