O ULTIMO DIA...
FRAGMENTOS DO LIVRO
"INDO DE ENCONTRO AO SOL"
BY JB.
Ele vestiu-se com o sol
Na bela e privilegiada manhã
As luzes misturavam-se
Em seu corpo,
E, refletiam tons em diversos matizes.
Como um diamante
Multifacetado
Absorveu as energias do dia
No seu jeito impar,
Singular, na gratuidade.
De gestos e atitudes
Definitivamente belo
E interessante
Sorriu sorrisos
Encantados
E verteu lagrimas pesadas
Que rolaram pelo seu rosto, ate tocar os lábios, quietos, calados.
Misturou-se
As fascinantes cores do entardecer
Do crepúsculo e costumava dizer
Como era belo o amanhecer
E, como era nagico, divino o anoitecer.
Andou por caminhos margeados de flores
Flores do campo
Passou por avenidas
Entre barulhos de carros por ruas com diversos odores
E encanto
Pelas belas praças
E sua bucólica formatação
Seu rosto iluminava-se
Em sorrisos
Em lembranças
E, vazavam lagrimas.
Era um homem, e criança, um mix de emoção
faziam o corpo vibrar.
Nas batidas fortes
Do coração
Reviu cenas de toda a sua vida
Efêmera existência
Correu pelos lugares agora imaginários, por onde andou.
E ficou absorto mergulhado nas intensas
Lembranças
De tudo o que restou
E, de braços abertos.
Girou... rodou... rodou... e girou... girou...
Por alguns instantes
eternos instantes enquanto o sol
Em sua bela forma
Declinava no horizonte
Então ele cobriu-se
Com o manto em veludo negro da noite
Tendo as estrelas
Crestadas como diamantes
E a lua era um holofote
Emblemático, gigante.
Que o iluminava
Que o adornava
Em seu palco mágico
Trágico
E deslumbrante
E, a aurora veio.
Entre luzes difusas
Em diversos matizes
Em cores místicas
Como a formar arco-íris
Em sombras
Compondo numa conspiração
De sutilezas
As certezas
As incertezas
Que numa convulsão
O envolvia, o possuía.
Cobindo-o com uma enigmática beleza
...E, em meio a todo o encanto.
Que o instante apresentava
Ele então decidiu
Que era o momento
Que era chegada a hora
Olhou com absoluta intensidade
E de forma profunda
Para aquele copo que ele o carregara por todo o dia
Seu olhar indecifrável
A tudo transcendia
O copo continha um estranho liquido
E o seu conteúdo
Ele não sabia... Ou sabia!
Então ele ergueu o copo ate o alto
Com as mãos juntas
Dos olhos
Rolaram lagrimas
Que refletia toda a sua historia de vida
Eram tantas coisas, múltiplas coisas.
E um turbilhão de emoção confusos, incertos.
Era tudo o que sentia
Levou o copo ate os lábios bebeu o liquido sorriu, chorou,
Sorriu, chorou, chorou, e chorou!!!
Abriu os braços
Ergueu os olhos para o alto
E um grito gigantesco, mudo, quieto, calado ecoou.
O rosto quedou-se para o lado
Prostado
E tudo parou
Sons audíveis e inaudíveis
Misturaram-se
Naquele instante
Compondo uma orquestração alucianate
Enquanto o coração
Já não mais batia
Nada mais sentia
O corpo belo
E antes saudável
Aquietou-se
Agora sem vida
Um longo silencio
Pairou, permaneceu
Pouco depois interrompido, por sons.
Produzidos
Por uma chuva de pétalas
Coloridas
Que sobre ele agora caiam
Contendo orvalhos
Derramadas ao vento
Tocadas pela brisa leve
Do amanhecer
E, surgira de forma mágica.
Fosforescendo em brilhos
Em cores, tudo muito intenso e belo de ver.
E, junto vieram também borboletas.
Muitas e belas, chegaram com graça, com encanto, com magia.
E por fim
Surgiram os beija-flor
Voando em círculos
Planando sobre ele
Em vôos rasantes, paralelos, cortantes.
Com absoluta sincronia
Bailavam numa majestosa harmonia
E, como num velado ritual.
Dois deles
Em movimentos sutis
Pousaram próximo
Ao rosto dele
E, com a ponta das azas.
Em movimentos únicos, sincronizados.
Fecharam suavemente
Os seus olhos
Olhos cor de mel de onde já não mais emanava luz
De onde não mais brotavam sonhos
Esperanças nem remotas lembranças que iluminaram
Rostos
De quem o touxe à vida
Agora eram opacos
Sem cor eram dois poços profundos
Intransponíveis
Não mais atingíveis
Por nenhuma emoção
Por nenhuma dor
E, que antes se encantara com a vida.
A quem de forma intensa a amou
Olhos de um valente guerreiro
Eternamente, um sonhador...
Os primeiros sinais
Da manhã ascendia
Sobre o corpo
As pétalas, as borboletas,
Os beija-flores
E, tudo como que derrepente.
Ficou parado
Em absoluto e total silencio
Parecia ser
Eternizado
Por uma tela
Por ele mesmo pintado
E como epitáfio
Identificado:
AQUI VIVEU UM SONHADOR
E, a manhã.
Surgindo
Vestiu-se de açafrão
Derramando
Fachos de luzes
Enquanto o seu corpo
Era iluminado
Entre pétalas, borboletas.
E beija-flor
Ao toque suave
De uma brisa sobre o chão...