Um Rosto na Janela

Há um rosto na janela

no meio da madrugada

Passos apressados na calçada

Risadas

Jovens voltando das festas

pelas ruas quase desertas

E um rosto na janela

A lua surge de repente

em quarto crescente

na madrugada quente

deixando a noite mais bela

Para um clima mais ameno

cai um fino sereno

E molha o rosto na janela

Do alto o Cristo Redentor

toda a cidade revela

Há um contraste social

duas linhas paralelas

moleques nas ruas descalçados

e ricos carrões importados

Só um rosto na janela

Helena Saraiva
Enviado por Helena Saraiva em 22/06/2006
Código do texto: T180379