Aos poucos, morrendo.
Das cinzas fez-se pó
Do pó fez-se imagem
Da imagem a criatura.
Da solidão fez-se procura
Da procura fez-se doce amizade
Nascendo sentimento indescritível.
E, entre portas abertas, não existiu o que conquistar ou ser conquistado, não se fez sedução, nem tampouco sedutor,
Existiu apenas um coração solitário que
Vagando pelos mares, sonhou e viveu as delícias da ternura.
Agora, resta senão o vazio, o sentimento de que em nada fez diferença, a nada contou, em nada tocou.
Então a morte espreita, não a do corpo ou dos pensamentos,
Mas a falência da alma e da ilusão de busca da felicidade.
E, através de portas ainda entreabertas, sopra ao vento a escuridão do amorticídio,
Expressão inexistente no vernáculo,
Que apenas traduz a necessidade de morrer ou matar o sentimento inigualável.