O ESPOSAR DOS ASTROS

Um lençol negro

No alto parecer inerte, parado.

Pontilhado em seu breu...

Por astros bordado.

O lustrar d'uma circunferência;

Curiosa se põe a olhar

Com sua bem querência

Faz seu pratear irradiar.

Um enorme pontilhado

Com seu piscar aqui ali.

Forma um belo bordado

De estrelas no lençol à refletir.

Os astros, qual procissão a se juntar

Formando um quadro sem igual.

Um hino no céu a cantar

A sinfônia do grande fanal.

O ma negro

Antes sem lume;

Reflete o cortejo

Iluminando seu negrume.

Este universo que se ajunta

Na gratidão da natureza

Faz meu coração a pergunta:

De quem tamanha beleza?

O lençol negro agora luz

Ao lançar-se sobre rechedos.

Buscando o beijo da cruz

E das mãos de Deus, o segredo!

O mar. Um quadro formado

Luzidio. enfeita o altar

Forma o mais lindo bailado,

Dos astos a se esposar.