Incoerência

Não sou nada do que quero ser,

mas posso ser tudo o que quero.

Faço tudo o que quero fazer,

mas o que faço não é tudo que deveria ser feito.

Eu vou a qualquer lugar que quero,

mas eu nunca estou em lugar nenhum.

Eu falo tudo o que penso e o que quero falar,

mas penso em tudo que falo,

e sempre falo sem pensar.

Nunca acredito no que me falam,

mas ao menos sempre falam naquilo que acreditam.

Eu sempre ouço o que me falam,

mas o que me falam, é sempre aquilo o que eu não quero ouvir.

Sempre olho, e não tenho vergonha que me olhem,

mas eu nunca olho para quem está me olhando.

Vejo nos outros tudo o que eles não veem,

porque eles sempre fecham os olhos para o que são.

Sinto tudo aquilo que eu posso sentir,

e faço tudo baseado no que sinto.

E o que eu faço eu sempre termino a hora que eu quiser,

mas eu nunca consigo terminar as coisas na hora certa.

Agora posso dizer que sou tudo aquilo o que escrevo,

mas tudo o que escrevo,

não pode dizer quem sou.

Bruno Sousa F
Enviado por Bruno Sousa F em 12/09/2009
Código do texto: T1807098