Diário Poético 27/12/05
Este lago não era daqui,
Pertencia algures a outro céu,
A esse reflexo de tristeza de outro mundo,
Das coisas que nunca deviam ser,
Trouxeram-me certos anjos esta dor profunda,
Ficou esta noite fria e um olhar longínquo
No barco que partia.
Remexi os bolsos, encontrei estes trocados,
Estes pequreníssimos espelhos partidos,
E a saudade como um silvo tremendo subindo toda a água.
Não há fim para a tenebrosa dor,
Nem o começo dos outros céus que existem nos outros lagos.
Só esta barca de um só lugar e uma vela por abrir.