Funeral

Na penulbra fosca

De um velho casebre de sapé

Um vulto de mulher em desespero

Soluça uma dor cortante...

No silêncio contrito

Do pequeno grupo

Cânticos religiosos

Espalham um místico conforto

Ao desconsolo daquela gente...

Nas primeiras horas da pálida manhã

Sai o cortejo de negro luto...

Passos lentos cadenciam a liturgia da separação

Conduzindo o morto ao pequeno compo santo...

Badalam os sinos e o corpo desce a campa...

Um vento gelado e fúnebre

Sopra o último adeus ao finado...

Era um homem bom

Sussuram as beatas

Que deus o tenha em seu reino.

Cosme Belizário
Enviado por Cosme Belizário em 23/06/2006
Código do texto: T181082