SOMBRAS DA LUA

Rasos são seus olhos;

pardos

Como noite alta

sem namorada para clarear.

Rasa assim tambem é a tua fala

Fogo que não aquece

mas apaga o calor que enternece a alma.

Quando aprenderes a dizer

a realidade das cores que se fazem perceber,

sem mudar as nuances sobre seus matizes,

poderás contemplar

das flores, as raízes.

E, um constante clarão poderás ver.

Verás, então,

que para o Eu faltar,

basta de Si tirar.

Poderás ver que quando, em sua cegueira,

o hoMem Tira,

o Eu da Luz se retira

e no escuro passa a caminhar.

Densos são seus olhos;

turvos.

Olhos em que, um dia,

sob a cheia da Lua que nos envolvia,

mirei o meu raiar.

D.V.

11/09

Copyright © 2009 Dulce Valverde

All Rights Reserved