SOMBRAS DA LUA
Rasos são seus olhos;
pardos
Como noite alta
sem namorada para clarear.
Rasa assim tambem é a tua fala
Fogo que não aquece
mas apaga o calor que enternece a alma.
Quando aprenderes a dizer
a realidade das cores que se fazem perceber,
sem mudar as nuances sobre seus matizes,
poderás contemplar
das flores, as raízes.
E, um constante clarão poderás ver.
Verás, então,
que para o Eu faltar,
basta de Si tirar.
Poderás ver que quando, em sua cegueira,
o hoMem Tira,
o Eu da Luz se retira
e no escuro passa a caminhar.
Densos são seus olhos;
turvos.
Olhos em que, um dia,
sob a cheia da Lua que nos envolvia,
mirei o meu raiar.
D.V.
11/09
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