Canthu Floris

Há um refúgio atônito desta abstinência,

Feito devaneio, diminuto, antiopressivo.

Calo, e em meu silêncio, ergo agressivo,

O elemento augusto de minha consciência.

Teor das formas castiças, infecciosas!

De todos os sentires bestiais e anêmicos!

Querer suprimir de meus ossos endêmicos,

Similar semblante que guardam as rosas.

Qual tais perfumes, meu verso é maldito,

Este estado ambíguo, ser lume e geleira,

Que faz de meu canto o réquiem inaudito.

Qual tais malditas também sou mensageira,

Meu verso é dos amantes o lume, o infinito,

É o adorno dos mortos, é o verme, é a poeira.

Myrna RRP
Enviado por Myrna RRP em 23/06/2006
Código do texto: T181158