Canthu Floris
Há um refúgio atônito desta abstinência,
Feito devaneio, diminuto, antiopressivo.
Calo, e em meu silêncio, ergo agressivo,
O elemento augusto de minha consciência.
Teor das formas castiças, infecciosas!
De todos os sentires bestiais e anêmicos!
Querer suprimir de meus ossos endêmicos,
Similar semblante que guardam as rosas.
Qual tais perfumes, meu verso é maldito,
Este estado ambíguo, ser lume e geleira,
Que faz de meu canto o réquiem inaudito.
Qual tais malditas também sou mensageira,
Meu verso é dos amantes o lume, o infinito,
É o adorno dos mortos, é o verme, é a poeira.