Poema para um Amor VI

Deserdo-te de quaisquer renúncias

Deixa que meus lábios resgatem

Todos os silêncios que acalentaste

Que os meus beijos colham

O orvalho de cada palavra

Adormecida em teu pensamento

Quisera que meu olhar clareasse

A luz da manhã de todos os teus dias

E que a brisa de novas promessas

Acariciasse o ressuscitar, o renascer

Dos gestos contidos e inconfessos

No noturno da solitude dos teus olhos

Quisera que as tuas lágrimas

Descansassem no leito do meu rosto

E que não mais visses o abismo profundo

Desta busca que pensas não cessar

Pudesses descobrir a essência deste amor

Que se perfuma para ti em entregas e consentimentos

Quisera que a minha mão estendida

Redesenhasse o além do horizonte

Onde teus olhos abraçam a espera

Pudesse eu redefinir o teu despertar

Talvez ainda enxergasses outros matizes

Alvorecidos por meus sonhos para os teus olhos

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 24/06/2006
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T181401