GRAFITE Nº 2.

Sinto as mãos a transpirar,

O coração a palpitar.

E os pensamentos a vagar,

Voam para tão longe chegando a alcançar

Terras longínquas de fronteiras temíveis,

Terras que o meu amor hoje vive a calcar.

E enquanto me transpiram as mãos

Ora pelo medo que faz meu coração acelerar,

Ora por conta da saudade que me faz ao passado voltar

Vou deixando os meus sentimentos soltos,

Ensimesmada na reconstrução do meu eu,

Vez em quando sinto lágrimas meu rosto molhar!

Em outras tantas vezes perco a noção do tempo,

Absorta, recolhendo nos escombros de minh`alma

O que de mim sobrou – É quando realmente choro!

Vendo as lacunas,

Sentindo todas as saudades,

Lamentando as ausências;

Experimentando horrível sensação,

A que deixa os poetas e os versos

Tristes, doridos, apagados e sem rimas;

Perdidos os dois, incompletos,

Pela ausência da inspiração.

Sinto-me assim, tal qual!

Sou hoje esse algo meio surreal,

Apoiando-me no único que me restou – Um grafite, nº 2!

Transcrevendo em folha sem pauta a esperança e a dor numa só cor.

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 16/09/2009
Reeditado em 11/11/2009
Código do texto: T1814620
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.