Poeta, não fingidor

Sou assim,

sou poeta,

e assim

para sempre serei.

Mas não serei fingidor

como dizia Fernando.

Escreverei verdades, rotineiras,

ou incomuns, verdades de todo tipo,

boas ou ruins (que são muitas).

De fingimento e fingidores

já estou farto, já temos muitos

no planalto, nos estados

e nas prefeituras.

Fingem os governos,

e finge a população,

finge que sabe do que reclamar,

mas continua errando e

achando que figem bem,

em suma, continuam se ferrando.

Triste sina,

de quem finge tanto

que acaba afundado

em sua própria poesia cotidiana.

Laerte Brandão Sancho
Enviado por Laerte Brandão Sancho em 24/06/2006
Código do texto: T181574