Sol vermelho (da série Dores)

Preciso deixar este deserto

De paz confusa

E escalar os obstáculos

Da íngrime montanha...

Trago os lábios rachados

A garganta rececada

De insaciável sede...

Me sufoca o amanhecer

Cinzento, sem luz nem calor

Me consome esta pseudo-harmonia...

Meu corpo inerte se bate e reclama

Meu grito se perde não há eco...

Minha alma latente agoniza...

Meus olhos úmidos

Fixos num ponto distante

Acompanha a lenta despedida

De um sol avermelhado

Que some por trás do monte

Alheio a minha dor...

Choro...

Cosme Belizário
Enviado por Cosme Belizário em 24/06/2006
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