Crônica do Último Amor

"...Adeus vida urbana

sua superficialidade

e os desgastes emocionais...

Não te quero mais

luz de estrela artificial

que tenta brilhar

na noite escura

de fumaça poluida...

Adeus vaidade sem sentido

preocupações extrínsecas

tanta gente e muita solidão...

Enterrei essa ilusão

e dormi o sono profundo

do cansaço de tudo...

Acordei aqui

na noite clara, iluminada

do lampião dos vagalumes

Do cristal brilhante

das estrelas verdadeiras

e da lua namoradeira

que os dedos quase alcançam...

Renasci aqui, no meio do verde

onde as árvores

fazem amor com o vento

gemendo numa dança

incoerente e sensual...

No colorido das margaridas

expostas como as mais preciosas jóias

esculpidas pelo artesão do céu...

Adeus sim vida urbana.

Depois de ter vivido

todos os capítulos da minha história

sem vírgula nem travessão

Quero encerrar aqui

minha breve passagem

com um ponto final dígno...

Fechando um parágrafo

que disserta lindamente

sobre a crônica de um amor

entre mim e a natureza..."