Dos rumores de guerra

Soam tambores, poeta, soam;

Se de guerra ou festa pouco se sabe;

Ao longe os ouço; a distância ecoam

Como o rufar imponente da tempestade.

E há tempestade, poeta, cá dentro d´alma;

E há lufadas fortuitas de vento voraz;

E nos ares se evadem o sossego e a calma,

A sonhada alegria, a ansiada paz.

Soam tambores, poeta, e eu escuto,

Muito embora não saiba o que são:

Se os murmúrios distantes de guerra

Ou as batidas do meu coração.

Shirley Carreira
Enviado por Shirley Carreira em 24/06/2006
Código do texto: T181724
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