SOCIEDADE VERMELHA

Entre realidade e abstrato surgem verdades dogmáticas e questionáveis interpretações.

Todos querem fazer parte da assembléia que elege século a século seus líderes.

Os leões choram na Ilha do Dragão os sinais do tempo, vagaroso, longo e solitário...

Porque os adeptos de Atena sabem ser impossível reconstituir um passado que já passou!

As memórias são chaves inquebráveis nas imensas longitudes de lugares desertos!

Parecem imagens distorcidas da verdade, forjada e manipulada por nós.

Quando parecemos enganar nosso espelho, inúmeras testemunhas nos flertam,

Para entregar a Narciso os espinhos das provas egocêntricas que nos condenam.

Os sinais do tempo são como digitais que estão aqui para se fazer história!

Os mais ilustres pensadores tentaram ora unir ora separar teoria e prática

A Fada Azul realiza o sonho de um boneco de madeira que desejava apenas ser real!

Será que alguma vez nos olhamos no espelho e questionamos o que de fato é ser real?

Mentes que transbordam sapiência, mas no coração, as batidas solitárias do vazio.

Projetando ideais, tentam mudar o mundo de acordo com a lente transitória da visão.

E nós nos agarramos a esses ideais, pois não sabemos caminhar sozinhos sem paródias.

Tentamos apenas fugir da única verdade que nos assombra: certeza não temos de nada!

Maniqueístas de formação nós não aceitamos o diferente, pois, amamos a clonagem!

Buscamos nos outros nós mesmos e quando chegamos perto de encontrarmos fugimos.

Assim criticamos, condenamos, desejamos liberdade à custa das prisões alheias.

Porque será que quase todas as teorias, até as mais nobres, só privilegiam uma parte?

Entre perguntas e respostas existem lágrimas de explorados e risos de opressores.

O armário do hoje está repleto de manequins e roupagens do ontem e do amanhã.

Ave Fênix ressurge na casa do sol nascente para mostrar as idas e vindas do mesmo personagem!

A pior ignorância não é a que antagoniza a cultura e sim a que não rima com sabedoria...

Daniela Moura Rocha de Souza
Enviado por Daniela Moura Rocha de Souza em 24/06/2006
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