OLHOS

Semblantes por eles visto,

Nuvens que passam distante,

E não são notadas, percebidas.

Olhos que vêem,

E não enxergam.

A nossa vida passa, não vemos,

Estamos parados, atônitos,

Parados no tempo, nada vemos,

Olhamos para algo que é nada,

Procuramos uma luz no breu.

Agora;

De olhos fechados vemos mais,

Muito mais que a vida,

Pois;

Podemos olhar para dentro,

Percebendo nossos sentimentos,

Não vemos, mas sentimos.

O sentimento é parte dos olhos...

Olhos que vêem e fazem sentir.

Então;

Um clarão, uma luz nos cega

Com eles nos acostumamos,

Volta a força dos olhos, vemos!

Notamos! Percebemos!

Ou apenas de olhos abertos,

Olhamos.

Sem ver, sem saber;

Sem poder distinguir a luz

A dor, o medo, a solidão,

Os olhos ofuscados, não sabem,

Mas algo, alguém os faz brilhar,

Este alguém que não vê,

Ou talvez não queira ver.

Então fecho os olhos,

Sonho, faço minha realidade,

E a vida passa continua,

Mas, não posso ver,

Pois meus olhos só vêem

Um único semblante.

Ernesto Ehmke
Enviado por Ernesto Ehmke em 20/09/2009
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