OLHOS
Semblantes por eles visto,
Nuvens que passam distante,
E não são notadas, percebidas.
Olhos que vêem,
E não enxergam.
A nossa vida passa, não vemos,
Estamos parados, atônitos,
Parados no tempo, nada vemos,
Olhamos para algo que é nada,
Procuramos uma luz no breu.
Agora;
De olhos fechados vemos mais,
Muito mais que a vida,
Pois;
Podemos olhar para dentro,
Percebendo nossos sentimentos,
Não vemos, mas sentimos.
O sentimento é parte dos olhos...
Olhos que vêem e fazem sentir.
Então;
Um clarão, uma luz nos cega
Com eles nos acostumamos,
Volta a força dos olhos, vemos!
Notamos! Percebemos!
Ou apenas de olhos abertos,
Olhamos.
Sem ver, sem saber;
Sem poder distinguir a luz
A dor, o medo, a solidão,
Os olhos ofuscados, não sabem,
Mas algo, alguém os faz brilhar,
Este alguém que não vê,
Ou talvez não queira ver.
Então fecho os olhos,
Sonho, faço minha realidade,
E a vida passa continua,
Mas, não posso ver,
Pois meus olhos só vêem
Um único semblante.