A Árvore do Lado Sul

Eu estava andando ali, parecia que toda uma vida

Aquela terra deserta, de vagos sonhos, de ventos fracos

Dois passos depois dessa árvore caída, indo pelos espinhos,

O meu castelo, meu império, ainda demarcado no tronco... Amor eterno

Foi um longo caminho até aqui, de noites árduas, lágrimas pesadas

De qualquer forma todos nós estamos no escuro

Mas alguns, apenas alguns, observam as estrelas

Na sombra da doce amiga anciã, abraçado aos seus galhos maternais

... Eu te esperei voltar dos luminares celestes

Chovia tão calorosamente e era ainda treva

Suas vestes de lembrança e tempo ainda cobriam o caminho seguro

As minhas dores eram a chave dessa porta de olhos fechados

Apenas elas entorpeciam esses anjos sem asas, que guardam a trilha silenciosa

Essa noite talvez seja a noite do “para sempre”

Mas eu vejo tão sóbrio porvir nesse túmulo de estrelas

Nesse funeral insólito, onde me vejo na cova

De todos esses anos, todas essas juras... Ainda criança gritando:

“... Eu te esperarei voltar da imensidão púrpura, dos braços da eternidade!”

Triste melodia invade o silêncio quase mortal

Um choro talvez, uma música talvez, ou um chamado

Haviam dois mundos naquele espelho, um caminho seguro apenas

Tudo era como um “despertar das eras”, e eu te vi

Haviam luzes e um rosto, o seu rosto, o seu lindo rosto

Aprendi que sonhos não morrem, apenas dormem

Como uma tela surrealista tudo era uma só coisa e tudo era você

E eu fui me achegando ao que parecia o sol... O brilho dos seus olhos e...

Seis e meia da manhã ... O despertador me tirou tudo, a vida segue ainda...