Outono

decompõe-se o fruto, abre-se a terra à semente,

abre-se a vereda do frio,

cozinha-se um pão quente no peito,

constrói-se um relicário lento da verdade,

as folhas de plátano caídas declinam o sol,

há uma estrada de solidão em frente,

espero o meu amor às sete.

atira-se lentamente lenha para o coração,

as janelas pintam-se de cobre,

a melancolia é um precípicio sagrado,

uma linha de cegueira cobre a manta do sono.

preparamo-nos de sonâmbulos para a frente!

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 26/06/2006
Código do texto: T182762