Outono
decompõe-se o fruto, abre-se a terra à semente,
abre-se a vereda do frio,
cozinha-se um pão quente no peito,
constrói-se um relicário lento da verdade,
as folhas de plátano caídas declinam o sol,
há uma estrada de solidão em frente,
espero o meu amor às sete.
atira-se lentamente lenha para o coração,
as janelas pintam-se de cobre,
a melancolia é um precípicio sagrado,
uma linha de cegueira cobre a manta do sono.
preparamo-nos de sonâmbulos para a frente!