Poesia da Morta

Imagino-te morta

Pálida e sem expressão

A sua juventude terá ido embora

As minhas lágrimas dançarão com a chuva lá fora

Até que se afogue meu coração

Meu coração é um menino orfão

Abandonado sem pena

A esse menino só restou conhecer as ruas

Os porões da vida

E a pena que escreve seus poemas

Beijar-te a boca fria e meio azul

Já não será o azul do céu

O sabor dos teus lábios

Já não terá gosto de mel

Terá o amargo do fel

Imagino-te morta

Numa palidez implacável

Mas não tenha esperança

A vida é breve e frágil

Mas o amor é intocável...

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 24/09/2009
Reeditado em 24/09/2009
Código do texto: T1828978