Poema "redondinho" sobre a BOLA

A BOLA

(Autor: Antonio Brás Constante)

Na grama, na areia, piso ou banhado, és paixão que mantém o seu reinado. De pano, couro ou outro material, vale ouro quando jogada, por todos desejada. Rainha de milhões, ardentemente amada e cobiçada. Disputada na raça e no suor. Não tens time ou preferência, mas mesmo o maior craque reconhece que és a única presença essencial;

És brasileira, oriental, africana, mundial. Rolada na terra ou atirada no ar. Rodopias diante de nossos olhos fazendo-os brilhar, nos motivando a rir ou chorar. Diverte quem te experimenta, linda esfera de magia, seja no chão batido ou no gramado. A cada nova partida, mesmo sendo chutada, espalmada ou atirada, ainda és respeitosamente venerada, pois sem ti não existe jogada;

Por todo planeta és tocada. Na categoria ou no tranco, com os pés ou mãos. Por muitos batida e rebatida, com a arte que encanta quem te conhece, mas mesmo dominada, nunca serás subjugada. Pode ser bolita, bola ou bolão, tantos são os nomes que dão a este globo encantado, gravado nos corações de muitas gerações;

De bico, fita, ou no escanteio. Matada no peito, na tabela do meio. Da cabeçada para rede, dos pés para o espaço, o impossível floresce quando no campo és lançada, tirando suspiros de multidões e o fôlego dos campeões. Vivendo como lembrança na forma das lágrimas dos que perderam ou no sorriso dos vencedores. Transfigurada em alegria, cansaço e dores;

Com tua geometria especial, serás sempre presença marcante. Seja na dura realidade dos homens ou nos doces sonhos de criança. Deusa universal. Serva sofrida. Amante cortejada. Mesmo por nós surrada, saiba que nossa idolatria por ti é eterna, pois com tua forma de esfera, tornas a vida mais bela. Por todos disputada, és adorada ó gloriosa bola, dona de todas as jogadas.

(SITES: www.abrasc.pop.com.br e www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc)

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Antonio Brás Constante
Enviado por Antonio Brás Constante em 26/06/2006
Código do texto: T182925