QUE DIABOS !

Que paixão idiota

Essa pela estrela

viva na tv, rádio

revista

E na idílica ilha

do coração bobo

Quanto mais é tola

mais é profunda

Quanto mais inefável - mais

minha - só minha

QUE DIABOS

Ói! Uma barata

sobre meus sonhos

postos nas músicas, livros

e folhas

donas de poemas perdidos

sobre a estante

Onde repousam

meus amores

QUE DIABOS

Uma barata!

Cucaracha

que nem dança...

Espanta minha

inspirada letra

Entorta minha

" ignota, monada' palavra

Me invade ar

Me consome céu

Me envolve mar

Augusto! Pelos Anjos

saia daqui

Que não há ceu

em mim

E nem nojo em

minha paixão

Deveras haverá

nunca

se não - nada

de porco

em minha

poesia

Barata chata! Porca

feia, inconveniente

Bom!!!!

É minha mesmo

Esta loucura e perdida

noção

de encontro, reforma

e performance

de entrega

pelo bum bum

baticumbum

que existe memorável

em qualquer ato

força, contrato

que abriga aqui

Meu insensato?

co-ra-ção

Não havia

alegria suficiente

em Sócrates

Nem solidariedade

suficiente

em Cristo - Jesus

como a paixão palestina

de meu coração

menino

Pelas estrelas lindas

que não alcança

indefeso

qual livro de visitas

Não houve destruição

suficiente

em N.York City

quando de sua formação

Nem espetáculo

maior na queda

gemea

Quanto há naquela

maldita barata

Que causou

a minha confissão

palavra viva

palavra ação

meio e fim

Aquela que dava

a meus amores

e ao coração

bobo, perdido -

largado, batido

dentro de mim -

Sylvio Neto
Enviado por Sylvio Neto em 20/05/2005
Código do texto: T18293