PENSANDO A SOLIDÃO
Solidão é lava,
Palavra queimada,
Monólogo mudo e mastigado à força.
É estigma, chaga que não sara,
Lágrima que não água a face,
Evapora em apatia.
É madeira putrefata e carcomida,
Música que se repete
De meio dia a meio dia....
Solidão é a ferrugem do portão
A espera de uma mão,
De um vulto que passe distraído.
É uma brisa sem perfume,
No calor, sentir frio!
E não ter um olhar macio.
É ser esquecido,
Sem nunca esquecer.
Deitar e não ver o tempo adormecer.