Pescoço na Madrugada
Aulidos às portas da crescente
Os jazigos a ferro e dente
Apartavam os que repousavam
Da maioria dos que marginavam.
Ruidoso o cio plangente
Entregue à vasta mãe sombria
Uma cava rasa e esguia
Aguilhoava o fio da mente.
Fétido odor ao desagrado
Acutilava, inchava e ardia
Os membros rijos, temerosos
Audaciosa vilania.
Menores fontes de saber
Auspiciosos já se tinham
No chilrear mórbido da cigarra
Se o trouxesse passarada
Vã serenata a exercer.
Na omoplata, a gira alerta
Lúgubre seita e tensa
Pactuando a eternidade certa
O contorno, perca ou vença.
No amolado do machado
Rola, pinga a cabeça oca
Sorvendo a sede do pecado
O escarlate flui da boca.