sabe-se dos dias

sabe-se dos dias,

das mulheres brancas e pretas em baton, daquilo que começa e nunca acaba,

das dores, do epiteto da memória,

das mãos nas pernas, dos pássaros livres.

sabe-se da recta e da semirecta, da paralela aberta.

Do gene cruzado, da roldana, do que faz mover a água.

sabe-se infinitamente de tudo.

do nada, quase nada.

nada da morte e do que não é.

Para os homens,disso, só o abismo de um verbo vazio,

sabe-se dos dias... do irremediável que é o sol esplêndido da manhã

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 27/06/2006
Código do texto: T183157