O URBANÓFILO - 2

A cidade não admite poemas longos

Das coisas grandes na cidade

nenhuma é poema.

Se bem que, talvez,

haja poesia nos números.

Me agrada ouvir inúmeros sons...

Em números, dons, adquiridos.

O mesmo bater do meu peito

é o pulsar das estacas!

E a raiz que sinto

é fundamental em solo

- que é fértil porque firme!

Dali nasce, a partir das plantas,

o concreto que arranha o céu

E que, volta e meia,

deixa cair sua tinta azul...

A cidade não admite poemas longos

Os quer eficazes, mais e mais!

Então poeta que tu fazes

que não termina seu canto

já cumprido demais?