à tarde

são nas viagens ao nada

que tudo pode ver o poema.

E é na tarde que nada digo

que sacudo do horizonte as palavras

vento e navegar das velas do navio.

É à tarde que

encosto os olhos no descanso

e faço a viagem ao nada

na esplanada da onda.

É à tarde

quando a sombra é de um palito

que do ninho das palavras

gorjeio a saliva no bico da poesia.

Ana Mª Costa

Ana Maria Costa
Enviado por Ana Maria Costa em 28/06/2006
Código do texto: T183667