O URBANÓFILO - 5
Não tenho medo de dobrar a esquina
Sigo por aquela calçada fina
com meus passos à mp3
Quero abrir os braços às vias
aos túneis, aos carros,
ao abstrato de tantas leis
equilibrar os carros nos ombros
fazê-los brincar com meus cílios
Por onde passam carros,
pela avenida, há vida.
mas não existem olhos,
há óleo, muito óleo queimado.
como teu sangue, no chão, menino.
E ocorre o fato! asfalto!
lamentável teu destino...
morto, moço, assalto.
E os olhos surgem por dinheiro.
tão copiosos, tão pluri, celulares
nas mãos de quem
não liga pro socorro.
Se corro, não alcanço...
mas canso só se corro.
então morro, tentando vencer
meu sangue-queimado-por-arma-de-fogo