Coração Rude

Lagrimas que me escorrem dos olhos,

Banhando a face e molhando meu colo,

Deixa nítida a cicatriz de meu peito,

Dilacerado por algo que achou que era belo

Amos rude, assim como o coração,

Oculto na epidemia da falta de sentimentos,

Onde o sim e o não caminham juntos,

Jogando a sorte ao caminho dos ventos

Criei uma epopéia de sortilégios,

Onde o alvo era minha insanidade,

Quis encontrar culpa nos amores do mundo,

Pois meus amores foram utópicas saudades

Cavei minha cova e deitei em vida,

Buscando a dor que nunca senti,

Me fiz espelho e velei minha partida,

E hoje vejo que nem coragem me dei

Fui muito longe além de mim mesmo,

Perto apenas da vida e do fim,

Bailei descalço no fio da navalha,

Cortei os pulos com gotas de carmim

Sorri com meu choro outrora de dor,

Sorri de desespero ou coisa assim,

Chorei novamente quando me vi no espelho,

E percebi que estava no início da busca do fim

Carlos Falcão
Enviado por Carlos Falcão em 01/10/2009
Código do texto: T1841667
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