ALVORADA

lisieux

Misturo-me aos tons da alva e me diluo na luz

que desvirginiza a calma madrugada.

Quando o dia desperta, nele eu me integro,

partícula da mesma claridade que do sol emana.

Esparramo-me liqüefeita sobre a relva, parte

também da terra úmida, madre, fecunda...

e me deixo absorver por ela. Transmuto-me em

seiva, alimento e, no seu seio, pulso.

Vida!

E fico a interrogar-me como os podem os dias

sobreviver às trevas e renascerem, tão iguais;

os mesmos sons e cores; mesma artística paleta

de luz, se o teu sorriso há muito se apagou

e já não mais me conduz...

BH - 14.12.04

lisieux
Enviado por lisieux em 21/05/2005
Código do texto: T18418