Caminho da Luz

Ao lado do meio dia, beirando a tarde vacilante

A três dias de dia nenhum, na marcha da luz

Compondo uma canção triste e dissonante

Vagando em mundos que, por hora, minha mente não traduz

Aturdido, silenciado, mortificado

Pela janela as luzes vão se mostrando

A cidade cumpre sua parte no trato

As formigas adestradas, nas vielas vão passando

Colhendo ainda os cacos dessa geração fraca

Observando vidas tão perturbadas

Desde o início nós já sabíamos

No fim, tudo é um simples começo

Construímos nossas torres e castelos

Mas somos apenas pó, apenas passos do tempo

Nos protegemos de inimigos poderosos

Mas morremos facilmente nas mãos do amor

Num dia desses a vida resolveu não ter mais sentido

E ainda procuramos, ainda sedentos, ainda crianças

Existe um abraço, um afago, guardado nos braços da imensidão

Nesse vale desencantado, flores murchas sobre a mesa

A fotografia dessa luz entrando na sala esquecida

Um ser, um pobre andarilho imprecando com força,

Não se sabe a quem, mas os olhos vidrados em si mesmo

... É de onde todos correm, de dentro de si

Existe um lugar no tempo, onde o tempo não existe

Existe um sorriso nos lábios que nunca se desfaz

Uma sede no olhar que nunca se sacia

Existe uma busca que sempre clama, que sempre grita!

Sigamos o caminho da luz!