Porque faço poesia

hoje faço poesia para lutar contra o comodismo.

hoje faço poesia deitado em minha cama. e as palavras que aqui escrevo germinam, abraçando a existência com seus caules de calor; e atingirão a eternidade.

e rasgarão os ares com os brados de muitos homens

do passado e do futuro.

por isso hoje faço poesia. para movimentar todo e qualquer ambiente estacionado.

para dar vida à vida.

a poesia que hoje faço é um rio de força tão sobrenatural que explode qualquer barragem criada pelo homem ou tempo.

a poesia - seus peixes, cores e floras - estilhaça o concreto da ideologia e da ciência

com leveza... trespassando-o...

por isso luto contra meu próprio corpo espalhado na noite do domingo de hoje. para mostrar a vocês o que vocês não vêem. e que se vocês não decifrarem...

irá devorá-los.

por isso hoje faço poesia. pois se não faço poesia, não faço mais nada!

a poesia me atravessa e me arrebata

& me faz poesia, por isso

faço poesia.

hoje faço poesia. e você, o que faz? o que deve fazer?

hoje faço poesia para que você possa buscar essas respostas.

para que eu possa buscar essas respostas.

o céu obscuro e feérico faz poesia com pó de estrelas.

e os ventos com um frio de não sei de onde.

eu com meu torto e simplório pensamento faço poesia hoje.

hoje faço poesia, pois a poesia quando está feita está eternamente feita.

assim como eu não estou. e um dia perderei a luta; mais cedo ou mais tarde que vocês.

mas hoje faço poesia

e venço.