POETA

Por fora, o silêncio sepulcral

Por dentro, o rebuliço matinal

O silêncio do poeta

Contradiz sua poética

Entre o dito e o não dito

O contrário disto

E no não dizer

Busca o fazer

E nesta busca desigual

Procura no diferente o igual

E no igual o desigual

Cala-se para falar

Fala para calar

No silêncio das mudas palavras

O mudo dizer em larvas

A loucura iminente

Deixando evidente

Que todo poeta

Por vezes se faz solitário

Para torna-se solidário.

Israel Goulart, 07/10/2009

Israel Goulart
Enviado por Israel Goulart em 07/10/2009
Reeditado em 07/10/2009
Código do texto: T1853841
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