O bebado , a vadia e a janela
Era uma grande janela
Numa casa não tão grande
Como se estivesse ali
Por acaso
Um descuido talvez do mestre de obras?
Um "Flashback" do pedreiro
Ou uma viajem do engenheiro
Não importa
Estava ali da gaiata!
Por ela via-se um casal em transmutação
Tão atraentemente lasciva
Dois corpos sem nenhum pudor
Faziam quase uma peça
Ao lado da cama o criado mudo
Agulhas , Vaselina e drogas
Em cima da cama
Sexo , sexo , sexo
Uma penetração intuitiva
A vagina com um intenso campo gravitacional
Atraia em cólera o membro desejado
O pênis , não se via , mais estava lá
Pois os gritinhos , gemidos
Em um tom docemente agudos , perdidos
Não podiam ser fingidos
Foram orgasmos multiplos e ritmados!
(em minha visão de espectador intrasportável)
Deliciosos banquetes carnais
Atingiram em certos pontos
A pura essência do ser humano
Transformada em peça teatral
Encenada em verdade , no mundo real
Mas não para nós
Não , o bebado e a vadia não fora encenada para nós
(Nós pois a essa altura mais dois observavam comigo)
a ela , anos de ensaio com outros homens
A ele , outras vulvas
aos dois , outros gozos
Para encenar a uma janela?!
Que nem ali por vontade própria
Que ali de gaiata!!