Não É O Verso Que Te Cria
Um vão é o exigido da alma
Paródias e trovas seqüenciais
Jorra límpida a água calma
Adstringente, gorduras geniais.
Palavras são fetos, intenções
A adicionar malícias, convicções
São isósceles, termos falhos
A Idolatria dos vícios e dos orvalhos.
Passa tempo, mente alcança
Destemida e recalcada
Perfilha em longa dança
A canção lúdica lembrada.
Treda linfa suculenta
Raio emana à carne podre
No regato, o que pôde
À rala rima e nojenta.
Dessa forma, há o alento
O velho atrai o embrionário
Debalde, trouxe o vento
Dias de gula e verso hilário.
O verso remete à cara fosca
Funerais bravios
Aos montes esguios
Entulho, fezes e peia mosca.