Não É O Verso Que Te Cria

Um vão é o exigido da alma

Paródias e trovas seqüenciais

Jorra límpida a água calma

Adstringente, gorduras geniais.

Palavras são fetos, intenções

A adicionar malícias, convicções

São isósceles, termos falhos

A Idolatria dos vícios e dos orvalhos.

Passa tempo, mente alcança

Destemida e recalcada

Perfilha em longa dança

A canção lúdica lembrada.

Treda linfa suculenta

Raio emana à carne podre

No regato, o que pôde

À rala rima e nojenta.

Dessa forma, há o alento

O velho atrai o embrionário

Debalde, trouxe o vento

Dias de gula e verso hilário.

O verso remete à cara fosca

Funerais bravios

Aos montes esguios

Entulho, fezes e peia mosca.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 01/07/2006
Reeditado em 24/08/2006
Código do texto: T185522
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