“Bijou”

lisieux

Sempre gostei de bijouterias...

De coisas pequenas e delicadas,

de caixinhas de vários tamanhos,

de madeira ou papelão,

que contivessem em seu interior

todos os meus sonhos.

Também colecionava vidrinhos

de todos os formatos e cores

e neles guardava os cheiros

da minha infância,

os vapores da minha adolescência,

os suores da minha feminilidade adulta...

Neles - caixinhas e vidros -

era possível conter toda a minha poesia,

etérea e fútil,

mas que é capaz de tornar

eternos todos os momentos,

de tornar possíveis todos os sonhos,

de tornar velozes os meus pensamentos;

Gosto de coisas pequenas:

pequenos gestos,

abraços estreitos, íntimos,

sem a largura do amplexo...

mas capazes de abarcar

todo o sentimento.

De pequenos sorrisos,

de olhares sutis

eivados de significados.

E gosto de ti... ai!

Como gosto!

Mesmo que te saiba distante...

Mesmo que tenha te amado

tanto,

mas também tão

inutilmente.

BH - 30.09.03

lisieux
Enviado por lisieux em 21/05/2005
Código do texto: T18553