AS DORES DA NATUREZA

Eu queria ter-te em meus braços

Assim te acarinhar em meu regaço

E te acercar com o meu abraço

Dar-te o carinho negado ao teu espaço

E da tua luta indefesa aliviar o cansaço.

Levantar feliz a tua bandeira

Empunhá-la firme e altaneira

De ti servir como uma sementeira

Ver-te bela e sempre lisonjeira

Sendo assim a estação primeira.

Sinto tanto ver-te tão triste assim!

Do teu canteiro cortaram o jasmim

Entristeceste-te por ti e por mim

Ah! Minha querida irmã natureza!

De ti, estão roubando a beleza.

Perguntas-me por te denominar irmã?

Minha querida, bela e ingênua natureza

Esqueceste? Somos filhas do mesmo criador!

E é por ser tua irmã que sinto a tua dor

Porque perdeste o brilho pelo devastador.

Amazônia! Amazônia! Devastada...

Hoje piso no teu solo desesperada

Por te ver tão triste e desamparada

Da bainha tiraram a grande e vil espada

Que te feriu ao longo de tua jornada.

Boa Vista/RR

Mar/2007