CÁRCERE ABERTO

Da janela vejo o céu azul

As nuvens deslizam suavemente

E na mente muitos sonhos e fantasias

Poder sair e sentir o Sol na pele

A brisa no rosto

O perfume das flores...

Uma saudade aperta o coração

Não há lugar para emoção bonita

E uma lágrima escorre dos olhos

Prisão aberta...

Infelicidade certa

Não poder "virar a mesa"

Obrigações, obrigações...

Ter que fazer o almoço

As crianças tem horário

Todos exigem sua "postura"

A casa em ordem

Na alma desordem

Não poder tocar uma canção..

Onde está a flauta?

Os pincéis, as tintas, as telas?

Onde estão?

Devem ter caído no vão...

Entre a tristeza e a solidão

Esta solidão povoada

Cercada

Até quando?

Não poder cantar...

Não ter vontade de dançar

Apenas... fazer

Realizar

Mecanicamente

Rôbo demente...

Muitas vezes não se pode

Simplesmente "quebrar as correntes"

Não é falta de coragem

Não falta a vontade

Apenas não há como

Uma morte em vida

Uma vida sem vida...

Apenas as palavras libertam

Transformando os sentimentos da Alma

Impedindo o coração de párar

Por tanta tristeza...

Kira Penha Gonçales
Enviado por Kira Penha Gonçales em 11/10/2009
Código do texto: T1859947
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