Íntima Revelação.

Dou-te meu corpo em demasia

E minha boca em doce tortura

A beber-te vulgar e vadio

Em gotas que alimentam

Meu desejo de Poesia.

Retiro das mãos o teu chicote

Ágil serpente a consumir-me

E conduzo tua volúpia

As tardes quentes de outono

Em que se desfolham margaridas

No frio de algum canteiro.

Dou-te meus seios para que sugues

O prazer de teus enleios

E abro as pernas em suave movimento

Para que reine em delicadeza

Dentro de mim tua coragem.

Arranho tuas costas,

Permeio tuas virilhas,

Língua, dentes e idiomas gemidos

Fascinam o ar em cheiro e gozo

Nesta dança sensual e louca

Na serenidade dos corpos fulgurantes

A penetrar os mistérios da carne

Que de tão surrada, tresloucada, é amante.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 21/05/2005
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