Bruma

Dia estranho... Calmo, sóbrio

Diferente de todos os outros

Mas um dia da minha vida

Mais um dia dessa vida sem você

Mundo frio, órfão, petrificado

Tudo em slow motion

As pessoas, os olhares, os desejos

Quase morto, quase esquecido

Assim, esse dia foi indo vagaroso

Pingos de realidade sobre o teto

Nessa minha casa sem paredes

A janela fechada, mas a porta aberta

Os sonhos iam sem culpa, saindo pelos cantos

Sobre a mesa nada mais que minha caneta

Mas as folhas já acompanhavam a dança

Nessa valsa morrente, cotidiana canção

... Nada mais se ouve, mas algo ainda existe

Você ouve a música, voce é a música

Você rejeita a si mesmo quando decide desistir

Temos toda a vida, ou o resto dela

Viveremos em morte, inexistindo em excelência?