sub-atomico
haverá o momento absurdo
da extinção de todas as canções
nem o gemido efervescente do mar nem o minuano,
não haverá sombras nem mesmo a luz
não se ouvira os sons dos seus sapatos
ferindo a minha calçada
nem mesmo qualquer abstração, dogma ou postulado
haverá o momento em que será indiferente
estar só ou acompanhado
as brasas não mais queimaram,
não haverá cortinas lânguidas de cigarros ou sandalo
não havera nem mesmo tempo para tristezas ou alegrias
e quando a emaranhada cebola
for dissecada até o último vão,
meus olhos neutralizados se perderam na última forma renascendo
no emergente vazio do agora