MAIS UM POEMA SUJO
o silêncio que invade
gera vontade e esta vontade faz votos de dores;
tosco objeto flexível
que abriga um porvir de fedorentos odores;
no gesto que antecede
a lágrima paira um vazio,
um tanto frio, um tanto brio
um tanto cio
e mesmo que segure
o pranto, a memória suscitará
o que de frêmita ingenuidade
fluiu
quase certo, quase incerto,
quase tosco, quase louco,
ontem matei um gato siamês
em cima de um tapete persa