INCOERÊNCIAS...


A vida em cenários,
um vasto mundo
cabe num palco vazio.
No contra-senso
das inquietudes,
nasce o submundo.

Entre atos
o sentimento solto...
Pleno em emoção,
agrilhoado
num asfalto tão frio!
Incoerências...

A palavra abrolhada
no suor das sensações,
cala-se incompleta
e deturpada!
Falência.

O sonho não segue adiante,
diante do egoísmo
dos corações.
Num orvalhar distante
a esperança se cansa.
Afasia!

Na penumbra das horas,
corpos enfadados
entre a noite e o dia.
Na ante-sala
da alma,
o cansaço,
o breu da agonia.

Silêncio que avança
em sentidos dormentes.
Dementes sombras
adormecem mentes
vazias!

Entre sussurros secretos
a magia fenece
no afã do deslumbramento.
Abraça a efêmera ilusão
e cai no abismo do esquecimento.
Isolamento...

O abstrato se perde
em muros concretos.
A essência apodrece,
calando o tempo
que se contrai,
na solidão
dos inquietos...

27/12/2007

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 16/10/2009
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