E insisto...

Sei que não sou poeta.

Então, por que insisto

se poeta não nasci?

Pensamentos vazios,

sentimentos frios,

inspiração senil,

musas não habitam

o jardim que construí,

chão de pedra,

água turva,

galhos secos.

Corro.

Socorro!

Só corro

atrás de versos pueris

em cantos tortos,

pretenciosos,

banais.

Desisto?

Não consigo

e não resisto

a mais uma estrofe quebrada,

oca,

imperfeita,

desprovida de senso,

invejosa da arte alheia.

Não sou poeta

e insisto.

Talvez, na folha branca,

um doce verso me surpreenda,

inesperadamente...

arrebatante...

vitória Paterna
Enviado por vitória Paterna em 04/07/2006
Reeditado em 25/01/2007
Código do texto: T187132